Olívio e Tarso enfrentam o golpe e dizem que manter Dilma na presidência significa garantir democracia e avançar em direitos
Os ex-governadores do RS, Olívio Dutra e Tarso Genro, subiram ao caminhão de som juntos, por volta das 15h30, do domingo, 13/3, no Ato em Defesa da Democracia, dos Direitos e contra o golpe, organizado pela Frente Brasil Popular, no Parque da Redenção em Porto Alegre. Diante de 10 mil pessoas concentradas próximas ao Monumento do Expedicionário, chamaram a uma reflexão. Dilma não só deve e tem direito conquistado nas urnas de ser presidenta. A reflexão que ambos propõem diz respeito ao futuro do país e aos direitos. O que está em jogo são as conquistas de direitos iniciadas em 2002 com Lula e garantidas com os dois mandatos de Dilma. Ambos realizaram um discurso de reparos a alguns pontos, como a necessidade de ampliar os investimentos em políticas públicas e convocaram a militância a travar um combate permanente contra o golpe sob a bandeira da paz.
Olívio chamou os manifestante fazer um exercício de reflexão. Seu argumento remonta a
2014, mais precisamente a outubro, quando as urnas consagraram o ciclo virtuoso de 14 anos de conquistas populares que o projeto do PT representa. “Querem interromper este processo. O mandato legítimo conquistado pela presidenta Dilma com 54 milhões de votos tem quer ser concluído e vamos cobrar que ela fique mais perto de nós para cumprir o projeto que a elegeu e se afastar dos financeirismos. A luta não é pequena mas é boa de ser feita. É um momento de reflexão, ação, mobilização e não de pegar em armas, ou de ganhar no tapetão. Nossa luta é pelas ideias, pela democracia, sem prepotência, sem autoritarismo e não é uma luta de um homem só, mas de milhões de cidadãs e cidadãos”, explicou Olívio, o primeiro a se dirigir ao público.
Tarso comparou o projeto golpista com o que se apresenta no governo estadual gaúcho e criticou o discurso de corrupção que serve ao golpismo. “A presidenta Dilma tem que nos ajudar a defender a democracia. Fora da democracia não tem direitos. Se eles assumirem, vão fazer no país o que o nosso adversário está fazendo com o RS. Nos levou a uma brutal crise na segurança pública e aplica um maldito ajuste fiscal. Este golpe, se tiver êxito, vai tornar a situação do país insustentável. Vamos nos unir e defender a democracia, pedindo para a presidenta Dilma transformar este ministério. Vem para a esquerda”, argumentou.
Olívio comparou o atual momento ao golpe de 31 de março contra o governo de Jango Goulart. O roteiro de discurso de corrupção serviu, naquela época, para enfraquecer um governo popular disposto a realizar reformas de base como a Reforma Agrária, e a elevar o salário mínimo. “O campo democrático e popular não aceita que se aproprie de um só centavo do dinheiro publico. As reformas necessárias precisam ser aprofundadas. Tiramos milhões de pessoas da miséria, e tivemos muitos avanços sociais. Mas não mexemos no Estado controlado por grandes grupos que controlam o solo urbano, o solo rural, a especulação e o financeirismo. Poderíamos ter ido mais longe e por isso estamos sofrendo. Vamos superar esta fase com muita participação”, defendeu Olívio.
Para Tarso, como no passado, o discurso de crise solapou a imagem de um governo popular e interrompeu, com o Golpe de 1964, o início de um ciclo de conquistas populares. “Todos são contra a corrupção. Querem tirar a Dilma, mas quem está na linha de sucessão? O Temer (Michel, vice-presidente do PMDB? O Cunha (Eduardo, presidente da Câmara dos Deputados, PMDB)? O Aécio (Neves, senador do PSDB? O Renan (Calheiros, presidente do Senado Federal, do PMDB? Todos estão na linha de tiro do STF”, sentenciou.
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Abaixo fotos do ato em Porto Alegre.





