Em Porto Alegre o ato organizado pela Frente Brasil Popular contou com a presença de 60 mil pessoas, segundo avaliação da Brigada Militar gaúcha.
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Esquina Democrática e seus arredores foram tomados no fim da tarde desta quinta-feira (18) por manifestantes a defender a democracia, o mandato da presidenta Dilma Rousseff e denunciar a tentativa de golpe em curso no país.
Após a mobilização, eles caminharam pelo Centro, seguindo pela Avenida Borges de Medeiros até o Largo Zumbi dos Palmares.
Ao som de “Para não dizer que não falei de flores”, por volta das 19h as falas foram encerradas e os manifestantes começaram a se organizar para sair em caminhada. “Vem, vamos embora, que esperar não é saber, quem sabe faz a hora, não espera acontecer”, cantavam em uníssono, em contraste à euforia e agito de minutos antes. A música de Geraldo Vandré, hino da resistência censurada na ditadura, foi seguida por gritos de “não vai ter golpe, vai ter luta”, os quais continuaram durante toda a caminhada pela Borges de Medeiros.
Dentre as bandeiras, além dos partidos (PT, PC do B e PDT) estavam ainda do movimento LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais), do movimento de mulheres, de centrais sindicais como a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a Central de Trabalhadores do Brasil (CTB) e o Movimento Sem Terra (MST)
A voz do povo
Aos gritos de “não vai ter golpe, vai ter luta” e “não passarão, não vão rasgar a nossa Constituição”, os manifestantes ainda criticaram o Judiciário e a imprensa, especialmente a Rede Globo e sua afiliada RBS. Uma das maiores faixas do ato continha os dizeres “mídia golpista”, com o símbolo da Rede Globo.
Havia também cartazes com dizeres como “o golpe veste toga”, em alusão ao poder Judiciário, “Lula vale à luta”, “Dilma fica”..
Dentre as palavras de ordem cantadas pelos manifestante , havia algumas como “o golpe só serve para a burguesia”, “sou brasileiro, é pra valer, não vou deixar esse golpe acontecer” e “o povo não é bobo, abaixo a Rede Globo“ e, “golpistas, fascista, não passaram”.
Advogados presentes na luta contra o golpe
Participou do ato o Movimento em Defesa do Estado Democrático de Direito, que hoje pela
manhã havia entregue à OAB/RS um manifesto subscritos por centenas de advogados e advogadas e tecendo critica as posições golpista do presidente do Conselho Federal da OAB em apoio ao golpe.
Emir Sader
Para o sociólogo paulista Emir Sader, que participou do ato na capital gaúcha, “eles perderam e por isso estão apavorados. Estamos começando a mudar a história do Brasil”.
Raul Pont e Olivio Dutra
O ex-prefeito de Porto Alegre, presente desde cedo a manifestação denunciou o golpe e chamou a resistência em defesa da democracia, da soberania nacional e dos direitos sociais.

O ex-governador Olivio Dutra participou da manifestação e da caminhada.
Manuela D’Ávila
A deputada Manuela D’Ávila (PCdoB) mencionou essa união de causas em prol da democracia. “Está lindo ver todas as cores que formam nosso país. Aqui temos homens e mulheres que lutam pelo nosso país, assim como lutaram durante a ditadura”, afirmou.
Tarso Genro
O ex-governador Tarso Genro (PT) também criticou os que são a favor do impeachment, lembrando das agressões que ocorreram nos últimos dias a pessoas que usavam camisetas vermelhas ou que apoiaram a presidenta.
Tarso disse:
“Vamos dar a eles uma aula de democracia, vamos mostrar que a gente resolve as controvérsias no debate político, nas eleições, na mobilização, não na agressão. Estamos defendendo o Estado democrático de direito, a presunção da inocência. Não se conquista a democracia com a proteção do [Eduardo] Cunha, do Aécio [Neves], dos jornalistas, dos corruptos e dos outros que estão atrás desse processo de impeachment”.
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