No dia 04 de maio, faleceu o ex-líder metalúrgico Waldemar Rossi, 82 anos. Rossi sofria de insuficiência cardíaca irreversível e estava internado no Hospital do Servidor Público Estadual há quase um mês. Militante histórico do movimento de oposição sindical metalúrgica da capital, Rossi foi um ativo disseminador da Teoria da Libertação a partir da Juventude Operária Católica e Pastoral Operária, desde os anos 1960.
Waldemar era Coordenador da Pastoral Operária da Arquidiocese de São Paulo, membro da Pastoral Fé e Compromisso Social da Região Episcopal Belém (SP), metalúrgico aposentado e militante histórico da classe operária brasileira, sendo um dos fundadores da CUT e do PT.
Católico militante, nascido em Sertãozinho (SP), em 17 de agosto de 1933, ele se mudou para capital em em 1960, para coordenar a Juventude Operária Católica (JOC).
Na ocasião, começou a trabalhar no setor industrial, quando surgiria como referência para os trabalhadores ao mergulhar em ardorosa militância sindical.
Foi dirigente da pastoral operária e em, 1967, encabeçou a “Chapa Verde”, primeira organização de oposição aos interventores que haviam ocupado o Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo.
Incansável pela luta dos trabalhadores, em 1972, Rossi, pela segunda vez, organiza uma chapa para disputar a direção do sindicato. Durante a década de 1970, ele atua na organização de comissões de fábricas clandestinas e, em 1980, participa ativamente da construção da CUT e do Movimento de Oposição Sindical Metalúrgica, ao lado de combatentes como o escritor e jornalista Vito Gianotti, morto no ano passado. Também foi um dos fundadores do PT.
Sua história é um misto de luta e compromisso com a classe trabalhadora. Metalúrgico aposentado, sempre gentil, também esteve presente na Comissão Nacional da Verdade, que investigava os crimes da ditadura civil-militar no Brasil. Deixa a mulher, Célia, cinco filhos, além de genro, noras e netos.
O velório ocorreu no Sindicato dos Metroviários de São Paulo, na Catedral da Sé foi celebrada missa de corpo presente. No final da tarde seguiu para o Cemitério de Vila Alpina, onde o corpo foi cremado.
Assista à participação de Waldemar Rossi no programa Quintas Resistentes, do Núcleo Piratininga de Comunicação. O depoimento foi gravado em São Paulo e exibido no último dia 28 de abril.