JANOT PEDIU A PRISÃO DE RENAN, JUCÁ E SARNEY

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, decidiu ir para cima da cúpula do PMDB, o partido do presidente interino Michel Temer, e pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) as prisões dos senadores Romero Jucá (RR) e Renan Calheiros (AL), este presidente do Senado, e do ex-presidente da República José Sarney.

As informações foram divulgadas em primeira mão pelo jornal O Globo e confirmadas pela1615953 TV Globo, segundo quem Janot pediu também da prisão de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente afastado da Câmara.

A ação de Janot é uma aposta na força daOperação Lava Jato diante de políticos altamente influentes e trata-se, também, de uma iniciativa que abre um território inexplorado. Ao longo das últimas décadas o chamado “PMDB do Senado” figurou em diversos escândalos, mas nunca foi efetivamente abalado pelas investigações.

O Globo cita como fonte um interlocutor de ministros do STF e confirma que Janot também pediu o afastamento de Renan Calheiros da presidência do Senado, utilizando argumentos semelhantes aos que levaram à suspensão do mandato de Cunha como presidente da Câmara. A informação havia sido divulgada pelo jornal Valor Econômico na semana passada.

No caso de Sarney, o pedido é de prisão domiciliar, com o uso de tornozeleira eletrônica, em razão de sua idade (86 anos), segundo informação da Folha de S. Paulo.

Os pedidos de prisão têm como base as gravadas pelo ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado com o trio de peemedebistas. Nos áudiso, os senadores e o ex-presidente José Sarney discutiam meios de barrar as investigações.

Renan defende mudanças na lei da delação premiada; Sarney sugere a escalação de dois advogados, Cesar Asfor Rocha e Eduardo Ferrão, para conversarem com Teori Zavascki, relator da Lava Jato no STF; e Jucá afirma que o impeachment de Dilma Rousseff seria parte de uma estratégia para conter a Lava Jato.

As suspeitas são consideradas pelos investigadores mais graves do que os motivos que levaram à prisão do senador Delcídio do Amaral, em novembro. Segundo a fonte citada pelo Globo, Delcídio teria tentado manipular a delação do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró enquanto Sarney, Renan e Jucá planejavam bloquear a Lava Jato.

Desde o surgimento dos áudios, foi confirmada a notícia de que Sergio Machado assinou um acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal, já homologado pelo STF. Três de seus filhos também estariam negociando os termos com os investigadores para entregar detalhes do esquema de corrupção.

Nos depoimentos, Machado afirmou que teria distribuído 70 milhões de reais em propinas para Sarney, Renan, Jucá e outros políticos do PMDB, como os senadores Edison Lobão e Jader Barbalho, nos 12 anos em que esteve na Transpetro.

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