Na delação premiada Marcelo Bahia Odebrecht aparecem Temer , Serra e, de lambuja vão juntos Padilha e Skaf
Primeiramente Temer
Em delação premiada o empresário Marcelo Bahia Odebrecht disse que, em um jantar no Palácio do Jaburu, residência oficial do vice-presidente, em maio de 2014, com a presença do então deputado Eliseu Padilha, hoje ministro-chefe da Casa Civil, Temer solicitou um “apoio financeiro”, que teria sido repassado em dinheiro vivo.
Nessa negociação, o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, candidato ao governo de São Paulo pelo PMDB, teria recebido outros R$ 6 milhões. Os valores teriam sido contabilizados no Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, também conhecido como o “Departamento da Propina” da empreiteira.
Michel Temer e Paulo Skaf foram um dos principais articuladores da saída da presidente Dilma Rousseff do Palácio do Planalto, junto com o deputado federal afastado Eduardo Cunha.
Skaf ficou conhecido como autor do “Chega de pagar o pato”, movimento aberto pelo impeachment de Dilma, bancado pela Fiesp.
Segundamente: Serra.
Além de destruir o governo provisório de Michel Temer, ao delatar que o interino pediu ajuda para o PMDB que se materializou num caixa dois de R$ 10 milhões em dinheiro vivo (leia aqui), a Odebrecht também abateu o chanceler interino José Serra e pode ter aniquilado seu sonho de chegar à presidência da República.
Em sua delação premiada, Marcelo Odebrecht, preso há mais de um ano, relatou que Serra recebeu R$ 23 milhões, via caixa dois, em sua campanha presidencial de 2010.
Parte dos recursos, que, corrigidos pela inflação, hoje equivaleriam a R$ 34,5 milhões, foi paga no exterior, o que, em tese, poderia levar à cassação do registro do PSDB.
Além disso, as doações também podem ser decorrentes de propina e desvios de recursos públicos da Dersa, uma estatal paulista, uma vez que a Odebrecht também apontou corrupção na construção do Rodoanel e supostos intermediários de Serra na arrecadação de propinas.
O chanceler interino nega irregularidades e diz que sua campanha transcorreu dentro da legalidade. No entanto, a Odebrecht pretende apresentar recibos de pagamentos feitos no exterior e o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, não terá alternativa a não ser denunciar Serra.
Oficialmente, segundo o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), a empreiteira doou R$ 2,4 milhões em 2010 para o Comitê Financeiro Nacional para Presidente da República de Serra.
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