PT gaúcho: unidade por um Congresso para renovação do petismo

Ato Manifesto

O PT gaúcho falou em unidade, em construção coletiva para a mudança necessária dos rumos do partido, de compromisso histórico com a classe trabalhadora, com a esquerda da América Latina e Mundial e de uma reconstrução de baixo para cima, pela  base, ouvindo sua militância e fazendo autocrítica. Assim os líderes partidários referiram-se ao MANIFESTO e a construção do VI Congresso que trata o documento, aprovado pelo Diretório do PT/RS e lançando junto com Abaixo-assinado entre filiados e filiadas.

O MANIFESTO propõe um VI Congresso partidário JÁ para reatualizar, corrigir a estratégia, o programa, a tática, a política de alianças e os métodos de funcionamento interno do Partido dos Trabalhadores, em ato na tarde desta quinta-feira (27).

O ato se realizou na Sala Adão Pretto da Assembleia Legislativa e reuniu os ex-governadores Olívio Dutra e Tarso Genro, a bancada federal com os deputados Maria do Rosário, Elvino Bohn Gass, Henrique Fontana e Pepe Vargas, os onze deputados da bancada estadual e  lideranças como Raul Pont, Miguel Rossetto e Flávio Koutzii.

BANCADA ESTADUAL

O líder da bancada, deputado estadual Luís Fernando Mainardi abriu o ato fazendo a leitura de Nota Consensual da Bancada do PT em Defesa do Congresso.

BANCADA FEDERAL

A deputada Maria do Rosário falou em nome da Bancada Federal e ressaltou a importância da unidade na construção do MANIFESTO “que vai provocar um grande debate nacional na busca da atualização do programa do partido para enfrentar a onda neoliberal e de resistência ao golpe”. Rosário falou ainda do compromisso dos petistas com a história de democracia do Brasil, “nossa geração não tem o direito de deixar o PT paralisado diante dos desafios que a esquerda tem com os trabalhadores e trabalhadoras que estão sendo aviltados com o governo ilegítimo de Temer”.

DIREÇÃO DO PT

Raul Pont trouxe sua experiência na eleição de Porto Alegre e destacou que o partido também tem o compromisso com as pessoas que votam no PT e querem ver o partido tomar outro rumo. Ressaltou que o Congresso deve servir para aprofundar a autocrítica, renovar seu programa e tomar posição sobre o tema da ética. Para o ex-prefeito, “o PT está de parabéns pela unidade na construção e aprovação do MANIFESTO, mostrando maturidade para buscar novos rumos”.

EX-GOVERNADORES

indiceTarso Genro vê o momento do PT como decisivo e por isso o partido precisa “buscar alternativas, a centralidade programática e suas referências históricas”. “Somos um partido em crise e por isso este Congresso servirá para buscarmos as mudanças necessárias e nossas referenciais ideológicas”. O ex-governador disse ainda que a unidade construída pelo PT gaúcho deve inspirar o partido no resto do país para buscar uma saída para a crise.

 Olívio Dutra buscou sua referência nas bases do PT para aprofunda a discussão da crise partidária. “O PT precisa conversar consigo mesmo, falar francamente, reconhecer que caiu no pragmatismo e assim fazer a autocrítica necessária”, afirmou. “O teto da casa caiu, mas seus alicerces e seus fundamentos estão de pé”, ilustrou o ex-governador.

O MANIFESTO

O deputado Adão Villaverde apresentou o MANIFESTO a militância que lotou a Sala Adão Pretto da Assembleia. Villa foi objetivo e apontou a unidade na construção do documento como um exemplo para resistir ao avanço do neoliberalismo, a derrota eleitoral e a reorganização do PT. “É hora de unidade, de diálogo e de assumir a responsabilidade que o partido sempre teve ao longo destas três décadas de existência”.

PRESIDENTE DO PT/RS

Ary Vanazzi encerrou o ato e, também, destacou a unidade do processo de construção do documento que propõe o VI Congresso do PT e a importância de sua versão em Abaixo assinado que levar o texto a toda militância do Estado, “para provocar o debate do MANIFESTO que levaremos a Direção Nacional para a  realização do um VI Congresso plenipotenciário, com plenos poderes para atualizar e corrigir os rumos do Partido dos Trabalhadores”.

FELIZ ANIVERSÁRIO

Dia 27 de outubro é o dia do aniversário de um dos mais importantes fundadores do PT, Lula que faz hoje 71 anos. Um Parabéns a você homenageou o ex-presidente petista.

Abaixo assinado e Manifesto para reproduzir, fazer o debate e colher as assinaturas.

MANIFESTO DO PT/RS

Eu, filiado(a) _______________________________ ao Partido dos Trabalhadores, abaixo-assinado, concordo com os termos deste documento, que assino em apoio:

MANIFESTO DO PT/RS

Estamos submetidos e no auge de uma poderosa operação de cerco e tentativa de aniquilamento do PT.

Operação que impôs o impeachment, a maior derrota eleitoral de nossa história e — se não a detivermos — buscará prender Lula e destruir o Partido.

O objetivo da coalizão golpista é, através da destruição da esquerda, abrir caminho para aplicar um programa lesa-pátria contra os direitos sociais, humanos, econômicos e políticos da classe trabalhadora e do povo brasileiro.

A PEC 241 e a mudança no modelo de exploração do Pré-Sal confirmam isto.

O golpe decorre, em alguma medida, de nossos erros e/ou do atraso em tomarmos determinadas decisões, da ausência de uma estratégia adequada ao período, de uma política de alianças superada, do que fizemos ou deixamos de fazer na política econômica e nas chamadas reformas estruturais, no atraso ou na ausência de reação à altura da ofensiva inimiga.

Neste contexto, o Partido precisa debater o que fazer e escolher uma nova direção. Precisamos realizar imediatamente um congresso partidário. Um congresso que tenha início nas bases, no encontro de nossa militância consigo mesma. Um congresso que discuta como recuperar o apoio do PT na classe trabalhadora brasileira, razão de nossa existência como organização e partido político.

É preciso debater como reatar os laços com a classe trabalhadora, através de respostas políticas e organizativas. Com conteúdo e com programa. Com ação prática reconectando o partido com a voz das ruas e dos movimentos sociais na luta por direitos duramente conquistados.

Não basta trocar os dirigentes, é preciso debater a linha política da direção. Por isto é um erro querer primeiro eleger a direção no PED e depois fazer o Congresso. Por isto é um equívoco trocar o debate pelo voto em urna.

A realização de mais um PED não é suficiente. Defendemos a renovação da direção em todos os níveis, a começar pela necessária renovação da direção nacional do PT. Mas quem deve decidir como renovar a direção é um Congresso plenipotenciário do Partido.

O Partido dos Trabalhadores do Rio Grande do Sul, convoca seus filiados e filiadas a aderir à proposta, urgente e necessária, de realização imediata de um congresso plenipotenciário, isto é, com plenos poderes para atualizarmos e corrigirmos nossa estratégia, programa, tática, política de alianças, organização e métodos de funcionamento interno.

Conclamamos a sociedade e, sobretudo os trabalhadores, trabalhadoras e juventude para a defesa da soberania nacional, dos bens públicos, dos direitos sociais, trabalhistas e previdenciários ameaçados pela onda conservadora que impôs o golpe e a cassação da Presidenta Dilma, eleita com mais de 54 milhões de votos.

Porto Alegre, 13 de outubro de 2016