Dilma em Nova York: a recepção, o discurso na ONU e a coletiva à imprensa.
A chegada em Nova York
Na noite de quinta-feira, em frente à residência oficial do embaixador Antonio Patriota, a presidenta Dilma Roussef foi recebida por dezenas brasileiros e brasileiras,. O grupo levou flores para a presidente se manifestou contra o impeachment com palavras de ordem, cartazes e tambores.
Discurso na ONU
Na sexta-feira pela manhã a presidenta falou na Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), em Nova York, na cerimônia de assinatura do Acordo do Clima de Paris.
Em seu discurso na manhã de hoje (22), em Nova York, a presidenta Dilma Rousseff enfatizou a participação do Brasil no acordo sobre o clima, assinado nesta sexta-feira, e fez menção breve à situação política no Brasil, ao falar sobre o “grave momento” por que passa o país. Sem falar em golpe ou impeachment, ela enfatizou que a sociedade soube “vencer o autoritarismo e construir uma pujante democracia” e que seu povo, “trabalhador e amante da liberdade”, saberá evitar qualquer tipo de retrocesso.
Leia aqui a íntegra do discurso da presidente Dilma Rousseff na Assembleia Geral da ONU.
Está em curso no Brasil um golpe
Na coletiva a imprensa, a presidenta brasileiro se disse vítima e injustiçada com o processo, que vai se esforçar “muito” para convencer os senadores de que não cometeu crime de responsabilidade e que “dizer que não é golpe é tapar o sol com a peneira”.
Com relação às possíveis dúvidas a respeito de ser ou não um golpe de Estado o processo que está em curso no país, a mandatária ofereceu a seguinte explicação: “golpe é um mecanismo pelo qual você retira [alguém] do poder por razões que não estão expressas na lei ou no acordo institucional no qual o país vive”. E explicou didaticamente o que são pedaladas fiscais e os chamados decretos administrativos usados contra ela no processo.
Ela esclareceu ainda que não se trata de um golpe militar e ironizou ao dizer que o modelo atual precisa apenas de uma mão: “você rasga a Carta Constitucional e está dado o golpe. Rasga os princípios democráticos e está dado o golpe”.
Ao ser indagada pelos jornalistas sobre a repercussão internacional que o tema está provocando, Dilma contou que recebeu solidariedade de alguns presidentes que lhe desejaram “força”. Segundo ela, “Outros disseram: ‘Solidariedade, é difícil. Segura, você é corajosa’.
Eu vou dizer o seguinte. Está em curso no Brasil um golpe. Então, eu gostaria que o Mercosul e a Unasul olhassem esse processo”, disse. De acordo com ela, a “cláusula democrática”, prevista nas regras do Mercosul, prevê que seja feita uma avaliação dos casos.
Dilma afirmou que não acusa ninguém que propõe eleição direta de golpista, mas que deve aos seus 54 milhões de eleitores a defesa do seu mandato: “
Não sou contra eleições de maneira alguma. Acho que uma coisa é eleição direta, com voto secreto das pessoas e o povo brasileiro participando. Mas acho que tem de ser me dado o direito de defender meu mandato. Não sou uma pessoa apegada a cargo. Agora, eu estou defendendo meu mandato”, disse.
Segundo a presidenta, não há acusação de contas no exterior, lavagem de dinheiro nem processos de corrupção contra ela:
“Quem assumirá os destinos do país? Pessoas ilegítimas? Pessoas que não tiveram um voto para presidente da República. Acho que essa sensação de injustiça e essa situação de vítima eu não escolhi, me colocaram nela”, declarou.
Após fazer uma longa explicação sobre os decretos assinados em seu governo, justificativa para o pedido de impeachment, ela voltou a se dizer injustiçada porque sofre um “processo ilegal, golpista e conspirador. Eu fico muito intrigada porque tem esse medo absurdo quando nós falamos que tem um golpe no Brasil. O medo de ter um golpe no Brasil decorre da absoluta ilegalidade”, disse ainda.
Assista a integra da coletiva:
Fonte: EBC
[…] Jornalista agredido […]
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