Três capitais foram palco de grandes manifestações contra a PEC 241, que congela os gastos públicos por 20 anos, na noite desta segunda-feira 17. A proposta apresentada pelo governo de Michel Temer vem causando polêmica por limitar os investimentos em áreas como educação e saúde.
Na Avenida Paulista, em São Paulo, a estimativa é que cerca de 20 mil pessoas participaram do protesto, que acabou se unindo ao ato do MTST que acontecia no mesmo local, em defesa de moradias e que se concentrou em frente à sede da Presidência da República da capital paulista.
O ato foi convocado pelas redes sociais e organizado pelo coletivo Democracia na Real. Um vídeo divulgado pelo Mídia Ninja mostra a manifestação sendo seguida de perto por centenas de policiais enfileirados, uma “forma de intimidar a população”, conforme apontou o veículo.
O protesto na Cinelândia, no Rio de Janeiro, teve bombas de gás lacrimogêneo detonadas quando a multidão passou pela Avenida Chile. Segundo a Polícia Militar, manifestantes mascarados jogaram fogos no Batalhão de Choque da corporação.
Segundo reportagem do Mídia Ninja, o ato “serviu de estreia para Roberto Sá à frente da Secretaria Estadual de Segurança. Logo em seu primeiro dia, a velha polícia mostrou sua força. Reprimiu mesmo manifestantes parados, pacíficos, que tomavam o centro do Rio para protestar contra os cortes nos gastos públicos e contra o governo de Michel Temer”.
“Barbárie! Estamos aqui trancados dentro do Amarelinho na Cinelândia depois que a Polícia Militar jogou varias bombas de gás lacrimogêneo e spray de pimenta em quem estava fora e DENTRO do restaurante e depois de uma manifestação pacífica contra a #PEC241 Covardia e terror!”, relatou uma manifestante no Facebook.
Outro protesto contra a medida polêmica proposta pelo governo Temer lotou as ruas de Belo Horizonte, em Minas Gerais.
15 mil do MTST protestam por moradia na sede da presidência em SP
Cerca de 15 mil integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto fecharam a Avenida Paulista na tarde desta segunda-feira 17, em São Paulo, em protesto por moradias.
O ato começou por volta das 15h no Vão Livre do Masp. A multidão caminhou sentido à Rua Consolação e parou em frente ao escritório da presidência da República, também na Paulista, com a intenção de pressionar o governo de Michel Temer.
Eles também protestaram contra a PEC 241, que congela os gastos públicos por 20 anos e deve prejudicar investimentos nas áreas de educação e saúde. De acordo com o movimento, o governo prometeu retomar o programa Minha Casa, Minha Vida.
Em discurso aos manifestantes, Guilherme Boulos, líder do MTST e da Frente Povo Sem Medo, prometeu que o grupo voltará a se manifestar e a acampar caso o prometido pelo governo não seja cumprido.
Segundo Boulos, ele foi procurado por autoridades do governo que se comprometeram a “até o fim da outra semana, nos apresentar um cronograma da retomada de contratação de obras do Minha Casa, Minha Vida, com contratações neste ano e principalmente em 2017”.