Por Lúcio Costa
As empresas de comunicação badalam: Cunha foi preso em Brasília.
Os jornalões informam que na Câmara de Deputados, local aonde impera uma maioria conservadora sobre a qual pesam se não provas, mas a forte convicção de boa parte das gentes de estar acumpliciada com Cunha, a reação foi imediata: a sessão foi suspensa.
Mudou a Lava Jato? Mudou Moro? Sinto informar, mas não.
A prisão de Cunha pode significar muitas coisas, mas certamente não se pôs fim ao tribunal de exceção de Curitiba, aos desmandos e arbitrariedades cometidas por Moro, seus Dallagnolls e a trupe de delegados da Policia Federal que lhes acompanham.
A sanar eventuais dúvidas dos crédulos a declaração do líder do DEM na Câmara, deputado Pauderney Avelino (AM) colocou os “pingos nos iís”: “a prisão de Cunha abre caminho para a prisão de Lula”.
No mesmo sentido o jornalista Palmério Doria divulgou nas redes sociais sua tese nessa linha: “Absolutamente contra a vontade de Moro, a prisão de Cunha é apenas um álibi para o encarceramento de Lula”.
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Aliás, é de marcar que a má vontade em realizar a prisão de Cunha se expressou tanto, no tempo em que esta tardou quanto, na ausência do aparato midiático-policial no momento da prisão. Noutras tempos, eram fartas as viaturas policiais, as metralhadoras, os coletes vistosos e as câmeras de televisão. Agora, tivemos até o momento umas poucas fotos discretas de um senhor de terno a embarcar num helicóptero.
Diante do governo Temer a afundar na impopularidade – os índices de aprovação de Temer em alguns institutos não passam de 13% – e, face a hostilidade crescente da população diante do programa paleo-liberal e entreguista – 94% da população é contraria a PEC 241 e, semelhantes são os índices de rejeição diante da entrega do Pré-Sal e das ditas reformas trabalhistas e previdenciária – o golpismo resolveu dar um passo à frente.
Noutra banda, havendo não mais que 24 horas entre a divulgação das recentes pesquisas de opinião nas quais o presidente Lula lidera com folga em todos os cenários e a prisão de Cunha dias ficam evidentes as razões da repentina pressa de Moro em deter Cunha.
A prisão de Cunha é apenas e tão somente o álibi, a justificativa para a realização do objetivo primeiro da Lava Jato: prender o ex-presidente Lula e rapidamente condena-lo de modo que Lula esteja impedido de disputar as eleições presidenciais de 2018.
A hora era agora, pois ou prendiam Cunha hoje para poderem prender o presidente Lula amanhã ou, poderiam ver tanto “esforço” ser jogado fora: teriam cassado 54 milhões de votos de Dilma para verem Lula nos braços do povo, tal qual fez o presidente Vargas, voltar a presidência da República e pôr fim a farra anti-povo e lesa-pátria.
Como disse o jornalista Fernando Rovai: “Não há nada mais urgente para as elites internacionais e nacionais do que tirar Lula da disputa de 2018”.
Para tirarem os direitos do povo, para porem o Brasil de joelhos as oligarquias necessitam tirar do povo brasileiro a democracia, o direito de votar em Lula. Disso se trata: simples assim.
Daí, porque junto a luta por nenhum direito a menos se impõe seguir firme na resistência democrática a qual, nestes tempos, se expressa na batalha por Diretas Já e na luta contra a prisão de Lula!
Nenhum direito a Menos! Diretas já! Contra a prisão de Lula!
Resistiremos!
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