OS RESULTADOS DO 2 TURNO: UMA PRIMEIRA LEITURA

 
Por Lúcio Costa

Os resultados do segundo turno, do Oiapoque ao Chuí, confirmaram a vitória do golpismo.  Novamente as forças democráticas e populares foram batidas.

Infelizmente, os resultados foram em larga medida previsíveis, pois não seria no curto espaço de algumas semanas que conseguiriam as forças democráticas criar uma nova dinâmica política no Brasil capaz de bater o golpismo.

De notar que não escaparam a derrota inclusive as candidaturas que, ainda que do campo democrático ou, apoiadas por essas forças, buscaram se refugiar em um discurso moralizante.

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Assim de pronto, a poucas horas do encerramento do segundo turno deixo algumas breves reflexões às gentes.

O tamanho da derrota

O revés foi duro e, alimentará – como já o vem fazendo – a sanha do golpismo por realizar as contrarreformas paleoliberais que levem adiante a destruição dos direitos sociais e democráticos no País.

Evitemos o assombro

Considerada a  situação econômica no tranco em que está, com uma recessão que se aprofunda a cada dia e, por outro lado, com a rejeição massiva ao programa do golpismo não haverá “paz social”, inexistirá uma “estabilidade política conservadora”.

Uma hipótese de cenário provável

O mais provável é que se tenha no Brasil um cenário de instabilidade política e luta social que irá, a depender do fizerem os democratas, tomar corpo e crescer.

De marcar que, frente a reação do povo trabalhadora e das juventudes será oposto pelas oligarquias um autoritarismo político-jurídico crescente bem como, a mobilização de milícias golpistas que, a exemplo do que fez o MBL no Paraná, buscaram através da coerção sem peias calar a resistência.

A unidade necessária para resistir e vencer

O mais relevante nos dias que teremos pela frente é dar continuidade a organização da resistência democrática, é reforçar as iniciativas da Frente Brasil Popular, da Frente Povo Sem Medo, é apoiar a todos os que lutam, as todas as lutas contra as reformas paleo-liberais. Parafraseando o poeta: a unidade é necessária como o pão de cada dia.

Balanços e Baluartismo

A tarefa essencial destes dias sombrios,  nas lutas sociais,  nos parlamentos e nos governos é  a constituição de uma nítida identidade anti-golpista, de uma frente político-social contra o golpe e a retirada de direitos.

Daí que, sem prejuízo do bom debate, é de se acautelar de posturas baluartistas que, a pretexto da realização do necessário balanço e da correção dos erros cometidos, em realidade se limitem a autopropaganda de organizações ou partidos em detrimento da unidade necessária para derrotar o golpismo.

Os debates e os balanços que valem a pena serem feitos são os na medida da renovação da esquerda brasileira para a construção da unidade anti-golpista, para a defesa dos direitos democráticos e sociais do povo brasileiro.

Lembremos, a derrota é mãe da cizânia, mas o futuro pertence aos que tem esperança, aos que seguem a pelear.

Resistiremos. Venceremos!

Atualizado as 21.00 h.