Plenária Nacional da Frente Brasil Popular
Iniciou na manhã de o7/12 , a Plenária Nacional da Frente Brasil Popular (FBP),

reunindo movimentos sociais e populares, do campo e da cidade de todo país em Belo Horizonte, Minas Gerais.
A plenária contou com mais de 350 lideranças nacionais definiu por homenagear o comandante Fidel Castro, batizando com seu nome está 1º plenária da FBP, que tem como objetivo discutir o calendário de manifestações para 2017 e os rumos organizativos da FBP, a maior articulação de movimentos, sindicatos e organizações populares do país.
O evento iniciou com uma mística de abertura, acolhendo e animando os presentes, seguida da Análise de Conjuntura Econômica e Política Nacional com a contribuição professor e Economia Márcio Pochmann, do presidente do Partido Comunista do Brasil em Minas Gerais, Wadson Ribeiro e do Deputado Federal, Patrus Ananias.
Marcio Pochmann entre os diversos elementos denunciou a venda e fechamento de empresas, esse é o quadro de depressão. Enfrentamento da recessão, Acirramento tem criado um acirramento massa de trabalho.
Entre os participantes uma coisa é unanime, este é um momento importante, mas também mais complexo que o povo brasileiro já viveu. É o momento de por nossas bandeiras, dos movimentos e organizações se unificar em torno da Democracia e a contra a criminalização dos movimentos sociais e as manifestações, bem como, trabalhar para a unificação do campo Democrático e da Esquerda.
Fazendo um resgate do momento político em que o Brasil vive, Wadson Ribeiro, afirma: “essa derrota momentânea do nosso campo companheiros aconteceu nada mais nada menos do que pelos nossos acertos do que nossos erros, o brasil não avançou apenas nas áreas educacionais, mas nas áreas de tecnologias e segurança”.
Patrus Ananias, destaca a amplitude dessa crise, “podemos falar de uma ampla crise do poder legislativo, executivo, podemos falar de uma crise no poder judiciário prevalecendo sobre os demais espaços, podendo se transforma em uma ditadura do judiciário. Nesse contesto qual é papel que a mídia brasileira, em especial a Rede Globo, podemos ter uma travessia longa”. Chamando ainda a atenção para as relacionadas as questões éticas
Segundo Patrus, o Brasil sempre foi um país privatizado e segue fazendo seu relato desde a morte dos indígenas, negos e escravos até os trabalhadores do campo e da cidade hoje. Nós demos corta e enfrentar o Capital, em especial a por meio da Reforma Agrária, da Reforma Urbana e da Reforma Tributária.
Os presentes ainda listam os desafios de ampliar nossos interlocutores, recuperar nossa hegemonia na sociedade, buscar novas alianças na esquerda e “nós estamos aqui debatendo o melhor para o Brasil”, finaliza Patrus Ananias.
Caráter e natureza da Frente Brasil Popular
Caráter e natureza da Frente Brasil Popular em pauta no segundo dia da Plenária Nacional. Inspirados pelo espírito de luta de Fidel Castro, que nomeia a plenária, representantes de todas as entidades brasileiras que compõem a Frente participam do evento acontece em Belo Horizonte Minas Gerais discutem sobre os rumos para o próximo período.
Para contribuir com o balanço dos processos de consolidação da Frente e perspectivas de ações Valter Sorrentino do PC do B e Nalu Farias da Marcha Mundial de Mulheres apontaram alguns caminhos de luta para o próximo período. Dentre eles, a emergência de novos atores e novas formas organizativas, assim como a recomposição da esquerda do Brasil, para dar respostas concretas de lutas contra o golpe e propostas para a construção de um projeto de vida para a sociedade brasileira.
“Temos muitas pautas emergentes, mas também as tradicionais, uma delas é sobre o tipo de educação que queremos. A FBP criou mecanismos de como aprender com as ocupações dos estudantes?”, questiona Nalu Farias, da Marcha Mundial das Mulheres. Ela ainda aponta o desafio de “combinar a nossa luta de resistência em nossos territórios, com as respostas que daremos aos desafios da conjuntura”.
Entre os elementos aponta-se a necessidade de organizar e sistematizar nossos acúmulos, com nossos principais pontos da FBP, de organizar os conteúdos, bem como, o desafio de potencializar os processos educacionais e a comunicação. Nalu ainda aponta outros elementos como a necessidade de aprofundar-se na realidade nacional, brasileira, bem como, precisamos avançar no processo da América Latina e no mundo, pois também há outros processos e formas participativas, como os plebiscitos. “Que a partir da Frente possamos construir os processos políticos e ir incorporando o máximo desses processos participativos, pois quando conhecemos com quem a gente está, isso cria uma forma de enfrentamentos e de nos preservar, nesse momento de criminalização”.
Por sua vez, Walter Sorrentino do PCdoB, destaca a resistência como uma saída dessa crise. “Nós encontrarmos e seremos capazes de fazer uma nova síntese programática da prática e a perspectiva de um futuro são duas tarefas por onde podemos debater o papel organizativo da frente. Nós precisamos oferecer bandeiras de esperança aos problemas que afligem a sociedade”. Já que segundo Sorrentino, o país está imerso a uma crise entre os poderes que também se chocam entre si, gerando um quadro de instabilidades de desmanches.“Sabemos que a política deve ser construída constantemente e verificada em sua prática também”, afirma Walter. Considerando que precisamos conjugar o verbo ampliar, pois quanto mais amplas as forças que convergem em um mesmo objetivo, maior será essa força. “Nós não podemos falar somente ao nosso povo, mas encontrar formas de lutas para dialogar com as massas, precisamos ter unidade de prática” lembra Walter.
A FBP é um conjunto de organizações de caráter distintos, mas de uma mesma linha política. “Nós precisamos encontrar um regime de formulação da política superior ao que já temos”, destaca ele. Além de plenárias é preciso dar um elemento político para nossa base, pois nosso país é muito amplo e muito diverso, é preciso construir mais espaços nas bases”.
Essa mesa da manhã é parte fundamental para a construção de uma Carta que reunirá os apontamentos da Frente Brasil Popular para o próximo período intitulada, Carta de Belo Horizonte, e que será divulgado após o termino da plenárias.
Carta de Belo Horizonte
Primeira Plenária Nacional Frente Brasil Popular
Passados seis meses do ato de violência que consumou a deposição da presidenta Dilma Rousseff e deu posse a um presidente sem voto, o país vê agravados todos os problemas econômicos e sociais, e caminha para o caos e a convulsão. Todos os campos da economia estão deteriorados, a começar pelo setor industrial, o mais sensível às crises econômicas, que, entre nós, já transita da recessão para a depressão.
O PIB encolheu 2,9%, numa sequência de dez meses consecutivos de queda, e fecharemos o ano com uma retração econômica de 3,4%. Os investimentos caíram 29% e o BNDES reduziu seu desembolso em 35%. Nenhum setor da economia está respondendo aos paliativos governamentais. Segundo a PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, do IBGE), o desemprego em dezembro é de 12%, e tende a continuar em alta. Hoje estão desempregadas 12 milhões de pessoas e a indústria paulista trabalha com nova leva 150 mil desempregados em 2017.
Paralelamente o governo aposta na desnacionalização da economia e investe de forma criminosa na desestruturação da indústria petrolífera brasileira e um de seus alvos é a Petrobras, patrimônio de nossa nacionalidade.
A federação se esfacela com a falência de Estados e municípios, com todas as suas consequências como a maior deterioração dos serviços públicos, notadamente de saúde, educação e segurança publica, além do atraso dos salários de seus servidores. Minas Gerais, Rio Grande do Sul e o Rio de Janeiro, três dos Estados mais ricos da federação, já declararam ‘situação de calamidade financeira’.
Em vez de enfrentar os problemas encontrados – resultado de séculos de depredação capitalista – o governo ilegítimo os aprofunda e leva o país a uma grave crise política, ao ponto mesmo da degradação institucional e da falência administrativa. Em meio a um estado de acefalia, está instalada uma crise de Poderes, que prenuncia o esgotamento da ordem política fundada com a Constituição de 1988. Avança um estado de exceção, antipopular, antinacional e antidemocrático, que restringe direitos de defesa, ameaça lideranças politicas, dirigentes de movimentos populares e o presidente Lula. O processo democrático, conquistado com tanta luta pela resistência popular à ditadura militar, está ameaçado. Cumpre nos preparar para construção da nova ordem, democrática e popular.
Parte de nossa luta deve estar voltada para a formulação de um Projeto de Brasil que se anteponha ao quadro atual, retomando o desenvolvimento, a distribuição de renda, o combate às desigualdades sociais, a defesa da economia nacional e a defesa da democracia. Esse Projeto de Brasil deve ser o resultado de amplo debate nas bases sociais, de sorte que dele possa participar o maior numero de brasileiros.
Confiamos na capacidade de luta da classe trabalhadora brasileira, para, por meio das suas centrais sindicais, organizar a resistência aos ataques aos direitos trabalhistas e previdenciários, construindo a greve geral.
Em toda e qualquer hipótese, a alternativa que se coloca para o povo braseiro é sua presença nas ruas. Foi a mobilização popular que em plena ditadura, conquistou a Anistia; foi a presença de nosso povo nas ruas que construiu a campanha das Diretas Já e assegurou a convocação da Constituinte.
Somente a unidade das forças progressistas e populares, pode resistir aos ataques à democracia e ao mesmo tempo construir força política para implementar um programa de desenvolvimento econômico, social e politico; somente nossa unidade pode enfrentar e derrotar o atual governo e as forças econômicas do atraso que o controlam. Só o voto popular pode superar essa crise politico-institucional e apontar para uma nova ordem politico social no interesse da Nação, do povo e da democracia, viabilizando as reformas estruturais no pais.
A FBP avalia, em um balanço de suas atividades, que cumpriu o papel a que se destinara na sua criação, reunindo reflexão e práxis, mas se destacando em seu papel de aglutinação das forças de resistência ao golpe e agora ao governo Temer. Diante dos desafios interpostos pela conjuntura, a FPB convida todos os brasileiros a se integrarem no processo de construção da II Conferência Nacional a realizar-se no próximo ano.
Bandeiras Políticas:
1) Contra o Golpe, Fora Temer e Diretas Já;
2) Nenhum direito a menos:
– Em defesa do emprego, saúde, educação dos salários;
– Em defesa dos direitos sociais (com protagonismo: LGBT, mulheres, negros e negras);
– Contra: PEC 55, Reforma da Previdência e Terceirizações;
3) Em defesa das liberdades democráticas e contra o Estado de Exceção;
– Direito do Lula ser candidato;
– Contra os abusos do judiciário e do Ministério Público;
– Contra a criminalização dos movimentos e da luta popular;
– Contra o genocídio da juventude negra;
– Contra o avanço do conservadorismo;
4) Por uma Reforma Política que amplie a participação e a democracia popular e propagandear a Constituinte como um horizonte estratégico
5) Defesa da soberania:
– Defesa das estatais e bancos públicos, contra a privatizações;
– Defesa das riquezas nacionais em especial a terra, petróleo a energia elétrica, minérios, água e biodiversidade;
Belo Horizonte , 7-8 de dezembro de 2016
Fonte: Frente Brasil Popular