Celso Furtado (Pombal, 26 de julho de 1920 — Rio de Janeiro, 20 de novembro de 2004) foi um economista e pensador brasileiro, responsável pela arquitetura de muitas das políticas de cunho econômico arquitetadas no Brasil nas últimas décadas. Adepto de uma atitude intervencionista no funcionamento da economia, seu pensamento apresenta-se, sob vários aspectos, em sintonia com as ideias promovidas pela CEPAL (Comissão Econômica para a América Latina), órgão da ONU criado para auxiliar os países latino-americanos no desenvolvimento de ações econômicas que permitam seu progresso financeiro e econômico.
Obras de Celso Furtado:
- 1946: Contos da vida expedicionária
- 1954: A economia brasileira
- 1956: Uma economia dependente
- 1958: Perspectivas da economia brasileira
- 1959: Formação Econômica do Brasil
- 1959: A Operação Nordeste
- 1959: Uma política de desenvolvimento econômico para o Nordeste
- 1961: Desenvolvimento e subdesenvolvimento
- 1962: Subdesenvolvimento e Estado democrático
- 1962: A pré-revolução brasileira
- 1964: Dialética do desenvolvimento
- 1966: Subdesenvolvimento e estagnação na América Latina
- 1967: Teoria e política do desenvolvimento econômico
- 1968: Um projeto para o Brasil
- 1969: Formação econômica da América Latina
- 1972: Análise do “modelo” brasileira
- 1973: A hegemonia dos Estados Unidos e o subdesenvolvimento da América Latina
- 1974: O mito do desenvolvimento econômico
- 1978: Criatividade e dependência na civilização industrial
- 1981: O Brasil pós-“milagre”
- 1982: A nova dependência, dívida externa e monetarismo
- 1983: Não à recessão e ao desemprego
- 1984: Cultura e desenvolvimento em época de crise
- 1985: A fantasia organizada
- 1987: Transformação e crise na economia mundial
- 1989: A fantasia desfeita
- 1989: ABC da dívida externa
- 1991: Os ares do mundo
- 1992: Brasil, a construção interrompida
- 1997: O capitalismo global
- 1997: Obra autobiográfica, 3 vol.
- 1999: O longo amanhecer
- 2001: Raízes do desenvolvimento
- 2002: Em busca de novo modelo
Celso Furtado e o Brasil, edição da Fundação Perseu Abramo traz textos de Maria da Conceição Tavares, Francisco de Oliveira, José Luis Fiori, Juarez Guimarães, Wilson Cano, Tânia Bacelar e Regina Nabuco em que é discutido o pensamento e a obra de um dos mais importantes intelectuais brasileiros.
Confira a apresentação da professora Maria da Conceição Tavares e acesse a obra.
Boa leitura.
Celso Furtado e o Brasil
Apresentação
Maria da Conceição TavaresA obra de Celso Furtado pode ser caracterizada por sua preocupação recorrente com
o tema da construção da nação diante das diversas formas de dominação internacional e do pacto interno de dominação. Coerentemente, a luta incansável pela verdadeira emancipação nacional tem sido a marca de sua vida como pensador e homem público. Em suas obras mais recentes – que resumem o esforço intelectual de uma vida altamente produtiva – reflete novamente sobre o que considera a fonte primeira da dominação mundial – o controle das inovações tecnológicas – e aponta como elemento central de resistência e de possível superação da fratura social a própria formação e o desenvolvimento de uma cultura nacional.
Celso Furtado não desiste nunca da idéia da necessidade de um projeto nacional capaz de animar a reconstrução do Brasil, mesmo quando a atual conjuntura de desmantelamento do país parece deslocar os resultados desse processo para um horizonte cada vez mais longínquo. No Manifesto da Frente de Esquerda Em defesa do Brasil, da democracia e do trabalho (1999) – que ele assinou, como a maioria dos intelectuais que ainda continuam na luta de resistência às políticas neoliberais –, a epígrafe é uma frase sua, esclarecedora do estado de espírito do mestre: “Em nenhum momento da nossa história foi tão grande a distância entre o que somos e o que esperávamos ser”. Esta mágoa, que compartilho com paixão, decorre de nosso sentimento comum quanto à situação da nação em matéria de destruição das forças produtivas e da própria desorganização da sociedade.
Este livro é composto de ensaios escritos para o seminário Celso Furtado e o Brasil, realizado pela Fundação Perseu Abramo, pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais e pelo Conselho Regional de Economia de Minas Gerais, em Belo Horizonte no mês de novembro de 1999. Os temas apresentados e debatidos tomaram como ponto de partida alguns aspectos da obra do mestre Furtado que foram considerados importantes para esclarecer os problemas contemporâneos do país e retomados com o propósito de aprofundar nossa reflexão comum.
Esperamos que ele contribua para o debate e a difusão das idéias do mestre Celso Furtado, a quem peço licença para reproduzir suas palavras e sua convocação: “O ponto de partida de qualquer novo projeto alternativo de nação terá que ser, inevitavelmente, o aumento da participação e do poder do povo nos centros de decisão do país”.
Acesse a obra: Celso_Furtado_e_o_Brasil
TEXTOS DO AUTOR:
Raízes do subdesenvolvimento – Por Celso Furtado
Os novos desafios (Celso Furtado)
ENTREVISTAS: