Juíza proíbe show de Caetano Veloso em ocupação do MTST

A juíza Ida Inês Del Cid, da 2ª Vara da Fazenda Pública de São Bernardo do Campo, deferiu na tarde desta segunda-feira (30) um pedido do Ministério Público para a impedir a realização de uma apresentação de Caetano Veloso na Ocupação Povo Sem Medo, do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), em São Bernardo do Campo.

De acordo com a decisão, caso o show, marcado para as 19h, aconteça, a multa é de R$ 500 mil, sendo “deferida ordem policial, caso necessário”. Para interditar a apresentação, a juíza alega que o local “não possui estrutura a suportar show, mormente para artistas da envergadura de Caetano Veloso”.

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imagem-print-reproduçãoJuíza, que foi afastada por ligação com o PCC, proíbe show de Caetano Veloso em São Bernardo

“Seu brilhantismo atrairá muitas pessoas para o local, o que certamente colocaria em risco estas mesmas, porque, como ressaltado, não há estrutura para shows, ainda mais, de artista tão querido pelo público, por interpretar canções lindíssimas, com voz inigualável”, diz o texto da decisão. “Destarte, o povo merece shows artísticos, mas desde que atendidos requisitos, que aqui não estão presentes, conforme bem alegado pelo Ministério Público.”

A menos de três horas da hora marcada para a apresentação de Caetano, policiais e guardas civis impediram a entrada de equipamentos de som na Ocupação Povo Sem Medo. A denúncia foi feita em rede social pelo coordenador do MTST, Guilherme Boulos. “A PM e a GCM acham que a vontade do prefeito Orlando Morando vale mais do que a Constituição”, afirmou o ativista

“É a primeira vez que sou impedido de cantar no período democrático”, diz Caetano

O cantor e compositor Caetano Veloso deixou a ocupação Povo Sem Medo, em São Bernardo do Campo às 20h45, sem conseguir realizar o show anunciado pelos Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), por conta de decisão da juíza Ida Inês Del Cid, da 2ª Vara da Fazenda Pública de São Bernardo do Campo.

Dizendo não conhecer as questões legais, Caetano afirmou se sentir mal com a proibição. “Dá a impressão de que não é um ambiente propriamente democrático”, declarou o compositor ao sair da ocupação. “É a primeira vez que sou impedido de cantar no período democrático”, disse ainda.

Para o coordenador do MTST, Guilherme Boulos, a Justiça deveria se preocupar em “pegar a quadrilha que está no poder no Brasil”, em vez de proibir um apresentação musical.

Boulos também criticou o prefeito de São Bernardo, Orlando Morando (PSDB), que segundo o coordenador do MTST apostou no conflito. “Eu não sei o que ele tem na cabeça. Ele age com ranço, com preconceito”.

Com Brasil de  Fato, Revista Forum e Foto NINJA