Tuiuti lava alma do povo brasileiro num samba a criticar a opressão com direito a Temer Vampiro e manifantoches

Quarta escola a entrar na Sapucaí,  na madrugada desta segunda (12) , a Paraíso do Tuiuti levantou a Avenida. A agremiação  realizou um desfile impressionante no Sambódromo. Além das belas alegorias e fantasias, a escola exibiu um canto muito forte 

A escola de samba Paraíso do Tuiuiti, do Rio, atravessou a avenida com as cores da bandeira e um Temer fantasiado de vampiro (ou vice versa) num carro alegórico.

O enredo se chamava “Meu Deus, meu Deus, está extinta a escravidão?” No aniversário de 130 anos da Lei Áurea, a Azul e Amarelo questionou se os escravos, de fato, não existem mais.

O enredo do carnavalesco Jack Vasconcelos trouxe críticas a reforma trabalhista em seu desfile na madrugada desta segunda (12). No último carro, um componente viveu um “presidente vampiro” do neoliberalismo.

A escola fez desfilar  na avenida uma ala com fantasias de ‘manifestantes fantoches’, ironizando manifestantes que pediram impeachment.

Uma ala mostrou o trabalho informal, com integrantes fantasiados de ambulantes, e outra destacou os “guerreiros da CLT”, com operários segurando uma carteira de trabalho gigante.

O último carro chamou a atenção ao mostrar um Temer vampiro com uma faixa presidencial.

Como de esperar, a transmissão da Rede Globo simplesmente fez a menor transmissão entre as escolas justamente a escola Tuiti, mas ver a Fátima Bernardes narrando ” os vampiros neoliberais e privatistas que era um tema de um carro foi bom”

Mangueira

No embalo da critica, a Mangueira condenou o corte de verbas da Prefeitura do Rio, que neste ano repassou menos dinheiro às escolas de samba, com críticas diretas ao prefeito Marcelo Crivella.

Ouça o samba da Paraíso do Tuiuti em 2018 

Desfile completo da Tuiuti

 Veja a letra do samba da Paraíso do Tuiuti

Irmão de olho claro ou da Guiné

Qual será o valor? Pobre artigo de mercado

Senhor eu não tenho a sua fé, e nem tenho a sua cor

Tenho sangue avermelhado

O mesmo que escorre da ferida

Mostra que a vida se lamenta por nós dois

Mas falta em seu peito um coração

Ao me dar escravidão e um prato de feijão com arroz

Eu fui mandinga, cambinda, haussá

Fui um rei egbá preso na corrente

Sofri nos braços de um capataz

Morri nos canaviais onde se planta gente

Ê calunga! Ê ê calunga!

Preto Velho me contou, Preto Velho me contou

Onde mora a sengora liberdade

Não tem ferro, nem feitor

Amparo do rosário ao negro Benedito

Um grito feito pele de tambor

Deu no noticiário, com lágrimas escrito

Um rito, uma luta, um homem de cor

E assim, quando a lei foi assinada

Uma lua atordoada assistiu fogos no céu

Áurea feito o ouro da bandeira

Fui rezar na cachoeira contra bondade cruel

Meu Deus! Meu Deus!

Se eu chorar não leve a mal

Pela luz do candeeiro

Liberte o cativeiro social

Não sou escravo de nenhum senhor

Meu Paraíso é meu bastião

Meu Tuiuti o quilombo da favela

É sentinela da libertação

Ouça o Samba enredo da Mangueira